Tem gente que considera o Sega 
            Dreamcast o melhor console de 
            toda a história, tem quem o considere a máquina perfeita da Sega e tem quem não considere nada. Seja 
            qual for o caso, o Dreamcast é um dos maiores ícones (pelo bem ou 
            pelo mal) da indústria dos games, 
            idolatrado por uma legião de fãs e negligenciado por outros. Hoje ele completa 
            16 anos, embora 2014 também marque 10 anos de sua “morte”.
        
            
            
        
        
            Lançado em 1998 no Japão e em 1999 nos Estados Unidos e no Brasil, o Dreamcast tinha uma gama de jogos que as 
            concorrentes se matariam pra ter (como Soul 
            Calibur, Sonic 
            Adventure, House 
            of the Dead, Shenmue e MDK2) 
            e mostrava todo tipo de inovações que eram simplesmente à frente de seu tempo 
            (como a capacidade de jogar online, 
            pra dizer o mínimo), mas isto não 
            era o suficiente.
        
            Por que matei o Dreamcast
        
            
            Peter Moore, ex-presidente da Sega 
            of America conta, em uma entrevista para 
            o jornal The 
            Guardian que, quando foi 
            contratado pela empresa às vésperas do lançamento do Dreamcast na América do Norte, gastou milhões 
            com a criação de uma campanha de marketing agressiva e que confiava no potencial 
            do console, mas a falta de integração entre as filiais da Sega ao 
            redor do mundo (o que resultou em campanhas de marketing diferentes no mundo todo) e a 
            desconfiança que as pessoas tinham no hardware, 
            aliada ao sucesso do PlayStation (e do lançamento do PS2 em 2000), trouxeram ao console sua 
            morte prematura, e a Sega passou então a fazer games para outras empresas.
        
            
                “Era um jogo de grandes desafios. A Sega tinha a opção de colocar mais dinheiro 
                [no Dreamcast] 
                e ir à falência, mas decidiram que queriam viver para lutar por mais um dia. 
                Então lambemos as feridas, baixamos a cabeça e fomos à Sony e Nintendo pedir pordev 
                kits“, conta Peter 
                Moore.
        
        
            Além disso a matriz japonesa cobrava metas exageradas da Sega 
            of America e, mesmo vendendo até 
            100 mil unidades do Dreamcast por 
            dia nos Estados Unidos, o 
            número não era o suficiente para manter os negócios nos trilhos.Moore foi então designado pela Sega à missão de encerrar as atividades doDreamcast em 
            2004, e recebeu a tarefa de demitir uma multidão de funcionários e, por fim, 
            “matar” o console que é hoje considerado cult.
        
            Talvez o Dreamcast não esteja tão morto assim
        
            O console pode estar morto e esquecido pela Sega, 
            mas para alegria de muitos, o aniversariante de hoje ainda possui um grande 
            número de fãs e pessoas dedicadas a manter vivo seu o legado, inclusive com 
            lançamentos de novosgames, 
            10 anos depois de a divisão de consoles ter sido encerrada!
        
            
                Redux: Dark Matters
         
        
            Mais de 20 títulos foram lançados de forma independente para o Dreamcast na última década – com mais 5 para os 
            próximos anos – incluindo títulos de sucesso como o schmup 
            Redux: Dark Matters desenvolvido pela Hucast, e o RPG Pier Solar HD desenvolvido pela WaterMelon. 
            Grande parte destes gamessó 
            é possível graças ao apoio de sites de crowdfunding como o Kickstarter, 
            revelando que ainda existe público para o Dreamcast.
        
            De todos os consoles “mortos”, o filho renegado da Sega é certamente o que parece mais vivo. 
            Feliz aniversário para o Dreamcast, 
            e que a comunidade de fãs o mantenha ativo por muitos anos.