As décadas de 1980 e 90 foram marcadas por jogos de videogame que 
            não tinham vergonha de fazer o jogador passar nervoso. Inimigos para todos os 
            lados, saltos arriscados, fases sendo jogadas repetidas vezes. Os chamados“Nintendo 
            Hard*” que faziam a molecada 
            tremer nas bases. Clássicos comoCastlevania, Mega 
            Man, Contra, Battletoads e Ninja 
            Gaiden eram tão difíceis que 
            mesmo os jogadores mais habilidosos teriam vontade de arremessar o controle 
            longe!
        
            
            *O NES tinha jogos tão difíceis – muito além 
            da concorrência – que foi criado um termo para defini-los: Nintendo 
            Hard. Aliás, este é um ótimo assunto para um post no futuro.
        
            Hoje em dia, quantos jogos são assim? Provavelmente nenhum (embora Dark 
            Souls passe perto)… por que 
            então, uma das coisas mais importantes dosgames – o desafio – está sendo deixada de 
            lado? Será que jogos difíceis são uma espécie em extinção? Se sim, existem 
            alguns motivos…
        
            Os games antigos não eram tão compridos
        
             O 
            primeiro motivo pode ser o próprio conteúdo dos games. 
            Antigamente – devido principalmente a limitações técnicas – osgames era bem mais curtos e menos complexos 
            do que são hoje… de fato, a maioria dos jogos nos primeiros consoles podiam ser 
            zerados em 1 ou 2 horas. Então, para garantir que eles durassem mais tempo e que 
            a pessoa sentisse que não desperdiçou dinheiro (porque pode não parecer, mas os games custavam bem 
            caro naquela época), eles 
            eram insanamente difíceis, esticando o gameplay até dos jogos mais curtos. Além disto, 
            a falta de sistemas de saves e passwords (implementados por volta de 
            1986**), obrigando a pessoa jogar a mesma fase várias vezes, podiam fazer com 
            que o game mais banal durasse semanas!
O 
            primeiro motivo pode ser o próprio conteúdo dos games. 
            Antigamente – devido principalmente a limitações técnicas – osgames era bem mais curtos e menos complexos 
            do que são hoje… de fato, a maioria dos jogos nos primeiros consoles podiam ser 
            zerados em 1 ou 2 horas. Então, para garantir que eles durassem mais tempo e que 
            a pessoa sentisse que não desperdiçou dinheiro (porque pode não parecer, mas os games custavam bem 
            caro naquela época), eles 
            eram insanamente difíceis, esticando o gameplay até dos jogos mais curtos. Além disto, 
            a falta de sistemas de saves e passwords (implementados por volta de 
            1986**), obrigando a pessoa jogar a mesma fase várias vezes, podiam fazer com 
            que o game mais banal durasse semanas!
        
            
            **De fato, The 
            Legend of Zelda (NES, 1986) foi o 
            primeiro jogo para 
            console a ter memória RAM (alimentada por uma bateria) para salvar o progresso 
            do jogo. Quanto a passwords, 
            eu não sei com certeza, mas é verdade que Metroid(NES, 
            1986) é um 
            dos primeiros games a ter o sistema… porém não sei dizer 
            se foi o primeiro.
        
            Os games antigos não custavam tão caro para 
            desenvolver
        
            Vivemos um momento em que a produção de alguns jogos de videogame (o número cresce cada vez mais) 
            ultrapassa o custo das grandes obras cinematográficas hollywoodianas… 
            você deve saber que o custo de produção do recém lançado Destiny é 
            estimado em nada menos que US$ 500 milhões (isto é quase o dobro do custo de GTA 
            V)! Sendo assim, a empresa precisa lucrar e ter seu dinheiro de volta, 
            certo?
        
            Os gamers 
            “hardcore” podem não gostas, mas a dificuldade de um jogo está intimamente 
            ligada ao seu custo de produção, e os games mais 
            caros precisam cair nas graças do povo (o tal mainstream é aonde está o dinheiro) e, para isso, 
            é necessário que sejam fáceis o suficiente para que qualquer 
            umconsiga jogar. Lançar jogos que só podem ser zerados por uma parcela 
            pequena de jogadores é suicídio comercial, simples assim.
        
            Um exemplo disso é o Nintendo 
            Wii – goste você ou não, o 
            console de maior sucesso da geração passada, batendo com folga o total de vendas 
            dos concorrentes mais poderosos, PS3 e Xbox 
            360.  Eu 
            também gostaria que o Wiitivesse 
            mais jogos “hardcore” (tinham alguns, como Metroid, Call of Duty e Donkey Kong), mas a grande 
            maioria era de jogos um tanto mais “casuais”, mas que vendiam como água e a 
            conta bancária daNintendo só tem a agradecer. Para abocanhar uma 
            fatia deste público, até os consoles que se diziam mais “gamer-focused” 
            entraram na brincadeira com oKinect (que 
            só tem dança e bichinho virtual) e o Move (que só tem esporte).
Eu 
            também gostaria que o Wiitivesse 
            mais jogos “hardcore” (tinham alguns, como Metroid, Call of Duty e Donkey Kong), mas a grande 
            maioria era de jogos um tanto mais “casuais”, mas que vendiam como água e a 
            conta bancária daNintendo só tem a agradecer. Para abocanhar uma 
            fatia deste público, até os consoles que se diziam mais “gamer-focused” 
            entraram na brincadeira com oKinect (que 
            só tem dança e bichinho virtual) e o Move (que só tem esporte).
        
            Os games antigos não te ensinavam a jogar
        
            Quando você começa um novo jogo, que dificuldade escolhe? Fácil, médio, difícil? 
            Você pode jogar no nível fácil e só curtir o passeio. Mas antes os gameseram 
            feitos para ser desafiadores, ponto final. Não tinha opção de dificuldade e o 
            jogador precisava enfrentar os problemas da maneira que os desenvolvedores 
            queriam. Além disso, o jogo começava e não te falava qual botão era responsável 
            por qual ação.
        
            Hoje não. Ao invés de deixar o jogador ralar e aprender sozinho, os gamespegam 
            o jogador pela mãozinha e o acompanham no maravilhoso mundo dostutoriais. 
            Tudo bem que os controles de hoje tem muito mais botões e comandos do que 
            simplesmente pular e socar, mas ensinar a jogar é papel do manual de instruções 
            (apesar de que qual jogo vem com manual hoje em dia?)… fora isso, se vira 
            malandro! Mas tudo isso é para que qualquer pessoa tenha a possibilidade de 
            jogar.
        
            Eu estive jogando Assassin’s 
            Creed recentemente (leia meu review) 
            e, embora tenha gostado, um dos pontos que me incomodou profundamente é que o 
            jogo é extremamente fácil!
        
            
                Pessoalmente eu não entendo o motivo de jogar games lineares se eles são fáceis. Prefiro 
                assistir a um filme se eu quiser que a história seja apresentada sem que eu 
                tenha nenhum desafio para habilita-la. Se o jogo é difícil, há uma sensação de 
                realização a cada cutscene.
        
        
            Os jogadores de hoje não querem games difíceis
        
            Ou, ao menos, aparentam não querer. Muita dificuldade também 
            resulta em frustração… ter que repetir a mesma fase diversas vezes, às vezes só 
            para morrer no mesmo ponto, pode fazer com que o jogador desista – afinal nem 
            todo mundo tem paciência para experimentar novas estratégias. Isto é ruim não só 
            porque ele se irrita mas, com a imensa quantidade de gamesdisponíveis, 
            a chance de a pessoa deixar um jogo difícil de lado para iniciar outro mais 
            fácil é muito grande, já que com jogos fáceis a satisfação é maior e vem mais 
            rápido. Então fazer com que alguém continue jogando seu game é importante – até do ponto de vista 
            financeiro – e para isso o jogador precisa avançar, mesmo que suas habilidades 
            não sejam grande coisa.
        
            Mas, no fim das contas, dificuldade é importante?
        
            Não sei, depende do seu objetivo. Eu gosto de games desafiadores, mas estive 
            jogando Assassin’s 
            Creed IV: Black Flag nos últimos 
            meses e, apesar de ter gostado, achei fácil 
            demais – e olha que este é 
            um game considerado“hardcore”. 
            Ultimamente tenho jogado Hyrule 
            Warriors no Wii 
            U e, apesar de os modos easy e medium serem amigáveis, o modo hard é um desafio para fazer o jogador suar 
            e repetir a mesma fase diversas vezes! Mas que tem dias que só quero ligar o 
            video game e relaxar, e pra isso um jogo fácil é a melhor coisa, e não faltam 
            boas opções, como o belíssimo Kirby’s 
            Epic Yarn. Por isso, depende do objetivo. Na minha opinião, se o clima do 
            jogo é propenso ao desafio – então que façam-no difícil (falei com você, Assassin’s 
            Creed).