A série Assassin’s
Creed já está para completar 7
anos, mas eu ainda não tinha jogado (embora uma amiga tenha insistido durante
muito tempo), até comprar o Assassin’s
Creed IV: Black Flag para o Wii
U em 7 de julho. Durante exatos
2 meses, incarnei o papel de Edward
Kenway em suas aventuras
pelo Mar do Caribe, enfrentando espanhóis e britânicos em busca de riquezas
(embora o buraco seja mais embaixo). Hoje, 7 de setembro, terminei a história
principal do game e, embora Black
Flag seja ótimo, eu não fiquei
impressionado.
Resumindo o óbvio, Assassin’s
Creed IV: Black Flag é
graficamente lindo, os cenários são de cair o queixo, o gameplay é simples e fluido (embora os
controles sejam meio burros, às vezes, durante escaladas e lutas) e a
narrativa é ótima. Mas embora a história seja bem interessante – com todo o papo
dos Assassinos e dos Templários – e os personagens (históricos ou não) ricos e
cativantes, eu vejo alguns problemas:
A história
Infelizmente, o game pressupõe que
você tenha jogado os títulos anteriores da série, então temas como Desmond
Miles, Abstergo
Industries e o dispositivoAnimus ficam mal explicados. Se você
acompanha a série (ou lê muito, como eu), tudo bem, porque são nomes conhecidos,
mas se você está jogandoAssassin’s
Creed pela primeira vez, então pode ficar perdido porque é tudo explicado
bem por cima… considerando, inclusive, que seu personagem é um estagiário
começando a trabalhar na Abstergo,
então até para “ele” a coisa é mal explicada.
Falando nisso, para que existe o “mundo atual” dentro da Abstergo
Entertainment? Sim, eu sei que a empresa é fachada para os templários
modernos encontrarem o Observatório, mas é um cenário totalmente irrelevante. Eu
só desconectava do Animus quando
o jogo me obrigava e, além
disso, não mudou em nada a história de Edward
Kenway – de fato a Abstergonão
precisa existir para que Assassin’s
Creed seja um bom jogo.
Outro fato é que, embora Edward
Kenway seja um ótimo personagem,
sua história pessoal é mal contada (na verdade a narrativa toda é meio mal
contada, com personagens que vêm e que vão e pouco acrescentam à história) e até
deixada de lado. Ele deixa a esposa para encarar a vida de pirata e não se fala
mais nisso… não se sabe mais da esposa e, inclusive, o próprio Kenway não parece se importar em comentar
sobre o assunto, salvo raros momentos – até receber a carta sobre a morte da
mulher – é como se ele não sentisse a falta dela.
O gameplay
Eu adoro o elemento stealth presente em Assassin’s
Creed e, na maior parte dos
casos, é bem mais legal jogar furtivamente do que sair descendo a porrada em
todos os inimigos – inclusive passei a gostar muito mais do jogo depois que
comecei a tentar cumprir todas as missões sem ser notado. Bolar estratégias,
esconder-se e atacar silenciosamente é prazeroso e torna o gameplay mais rico e divertido.
Navegar também é divertido e, na maior parte dos casos, eu nem me importava em
ir à toda velocidade, preferia curtir a paisagem, resgatar alguns tesouros e de
vez em quando afundar uma ou outra embarcação Real. Aliás, por eu ter jogado Zelda:
Wind Waker há pouco tempo,
navegar em Black
Flag me pareceu tão natural
quanto possível.
No entanto Assassin’s Creed é um jogo fácil… até
demais*. Jogar furtivamente é mais legal, por exemplo, porque os
combates são fáceis demais… mesmo um grupo de 6 ou 7 inimigos não apresentam
desafio para o jogador. Além disso (não sei como é nos outros consoles) o
simples fato de você ter o mapa na tela do GamePad (eu joguei no Wii
U) com todos os ícones de objetivos e itens sempre visíveis facilita muito
e acaba com a característica da exploração. Eu não
preciso procurar os
tesouros, porque o mapa já me indica aonde estão todos eles! Infelizmente essa
facilidade faz com que Assassin’s
Creed fique um tanto repetitivo, o que me fez deixar as side
quests de lado e focar só na
história principal.
No geral, eu gostei bastante de Assassin’s
Creed IV: Black Flag. A vida de pirata é fascinante, o jogo me manteve
entretido por inúmeras horas ao longo dos 2 últimos meses, é mesmo um dos mais
bonitos que já joguei e me deixou ansioso pelo Unity,
que sem dúvida comprarei para o PS4.
Meu colecionismo também garante que eu vá revisitar o game atrás de todos os tesouros, mapas e
itens que puder encontrar. Só gostaria que eles não me forçassem a sair doAnimus,
porque o que acontece dentro da Abstergo
Entertainment não me interessa
nem um pouco.